Articles by Xata

  • Parêntese para lusófonos - 8 ... Não falaste...

    - 3 years ago - 11 comments
    Ser desfeito - Tortura, Wrath
    Na fresca noite deste morno inverno em que olhavas para o céu estrelado em muda contemplação e harmonia, os teus braços bestialmente puxados para trás das costas e uma cacetada levaram te das trevas da abóbada celeste ao breu dum poço sem fundo. Que chão é este que arranha a tua cara e esta dor nos ombros, mãos dormentes e pulsos a estalarem? Um jorro de água que te parece gelada, umas mãos que brutalmente te levantam e deixam te cair sobre o que aparenta ser uma cadeira, um…

  • Poemas populares

    - 09 Nov 2019 - 2 comments
    OS SENHORES QUE MANDAM Olho e vejo a minha terra Com um olhar de menino Nasci em tempo de guerra Que marcou o meu destino. Nasci com leis de miséria Que se prolongaram no tempo E nunca pensei que teria De voltar a esse evento. A história sempre repete O lado mais negro da vida Como a roupa que se veste E nunca fica esquecida. É triste lembrar o passado Com muita dor no coração Pensando que tinha acabado O tempo de ver mesas sem pão. Há homens que deixam de ver A sua p…

  • Vento traiçoeiro

    - 09 Oct 2019
    Vento, leve murmúrio e suave carícia, beijo ardente de lábios de mel e sabor a vinho, força devastadora que me devassou, furacão que varreu o encantamento esfumando-se num rasto de tristeza e cinza...

  • Sur le tourisme...sur ce que nous pouvons ressentir ici...

    - 24 Sep 2015 - 6 comments
    www.causeur.fr/nos-jolies-colonies-de-vacances-28723.html#fnref-28723-3

  • Parêntese para lusófonos - 10 ...Viagem ao fundo da noite ...

    - 27 Aug 2014 - 6 comments
    Devorando o negro asfalto num galopar sem freio, cento e tal cavalos rugiam levados por mãos de ferro e pés de veludo, Huelva, Sevilha, Granada, na urgência de chegar, uma certeza tinha se feito clara na minha mente: Rosita se fué. Guadix, saída, tortuosos quilómetros neste deserto montanhoso, enveredo por um caminho, mais uns quilómetros, arrumo o bólide numa gruta natural, montanha esburacada de refúgios trogloditas. Alforge ao ombro, quatro horas num percurso que os meus passos reco…

  • Parêntese para lusófonos 16...Intimidades do vento

    - 25 Apr 2014 - 5 comments
    Ventos que se dispersam e se entrelaçam, carregam com o fardo da chuva, deslizam airosos sobre mares, levando as palavras murmuradas que não ousamos pronunciar... Vento secreto acaricia a pele, arrepio ausência de fruto imaginado...surrateiro surrupia suspiros gemidos inconfessáveis vazios... Areia esvoaçante preenche pégadas de passagens fugazes, véus da mente semicerrados, lábios sorvendo a sensual marezia, mas serás ente, serás chuva, serás alimento?

  • TOLERANCE...

    - 28 Mar 2014 - 4 comments
    Remember this lady? Irena Sendler Died: May 12, 2008 (aged 98) Warsaw , Poland During WWII, Irena, got permission to work in the Warsaw ghetto, as a Plumbing/Sewer specialist. She had an ulterior motive. Irena smuggled Jewish infants out in the bottom of the tool box she carried. She also carried a burlap sack in the back of her truck, for larger kids. Irena kept a dog in the back that she trained to bark when the Nazi soldiers let her in and out of the ghetto. The soldiers, of…

  • Parêntese para lusófonos 15... Amor de Tio Velhote II

    - 28 Mar 2014 - 3 comments
    Tou me a finar minha menina, este corpo já não arca… vais ter pena eu sei, fui o que mais perto dum pai te foi dado. Minha menina, eras magra e feia, chamavam te de arreigota, e de ver te tão franzina e dura no trabalho fez me perder de amores por ti, amores de pai, não digas aos meus filhos para não os enxovalhar, mas eras a minha preferida. Tio, ensina-me, dizias, um pedaço de madeira, uma navalha quase a partir de tanto amolada e eu mostrava te como esculpir as figurinhas do presépio……

  • Parêntese para lusófonos - 1

    - 28 Mar 2014 - 7 comments
    Tenho duas vidas: Uma é algarvia, as minhas raízes, cuja traça cada vez mais se apaga frente à conquista do betão, do turismo, dos padrões globalizantes. Um apartamento moderno e luxuoso no último piso de um desses edifícios de que não gosto, a casinha algarvia com açoteia á beira-mar tendo se tornado um mito para sonhadores e milionários. Luxo da matéria, sem espalhafato, simples no recheio, principalmente composto por estantes carregadas de livros. E duas sacadas cheias de…

  • KADISH

    - 04 Nov 2013 - 4 comments
    O tirano morreu, viva o tirano! Deslizando pelo veludo da noite légua após légua numa insónia feita prazer e urgência: o tirano morreu. Após uma vida bem preenchida a submeter os outros à sua vontade sucumbiu ao que não podia dominar, apagou se num sono em que lhe faltou a vigilância permitindo que a ceifeira, que de nós teve dó, o levasse. Estranha leveza ao entrar no palácio, um silêncio palpável e nervoso, um suspiro geral de gentes e coisas aliviadas. Um frenesim de destruição d…

  • Courrier International

    - 04 Oct 2013 - 7 comments
    La parole, atypique pour un président, du chef d'Etat de l'Uruguay José Pepe Mujica fait le buzz sur les réseaux sociaux. Après son discours de la conférence RIO+20 (du 20 au 22 juin 2012), largement vu et revu sur le Net, c'est maintenant celui prononcé devant l'Assemblée générale des Nations unies du 24 septembre qui circule sur les réseaux du monde entier. C'est "le discours que les gouvernants n'ont pas écouté mais que le monde se partage avec enthousiasme" suggère le site colombien Las2o…

  • Parêntese para lusófonos - 14 ...Dias de glória ...

    - 23 Jul 2013 - 8 comments
    A primavera sentia se no céu e no cheiro das árvores, na intensidade dos sons, no cantar dos pássaros, na temperatura já tíbia daquela manhã em que João saiu cedo de casa para ir às compras. Atestou o depósito nas bombas da rotunda do aeroporto, comprou 4 bilhas de gás, 20 garrafões de água do Luso, fósforos e velas, mantimentos para encher a despensa, pelo menos que dê para o mês. Caso fosse preso ou morto. E comprou um ramo de cravos brancos encristados de vermelho, os…

  • Parêntese para lusófonos - 9 ... Confissão de mulher...

    - 25 Apr 2013 - 3 comments
    Chamávamos te a menina da praia, e gostámos sempre de ti. Eras alegre, trabalhadora, sempre a cantar na ceifa, sempre a dar a mão… e eras magra e feia como uma arreigota, não fazias concorrência prós moços, eles viam te como um companheiro, só que não tinhas picha, isto sem querer ofender te! Para o que ser bonita me serviu… foi o velho do Lopes, que o demónio lá tem e que o esturrique todos os dias, o que me tirou os três, lá nos caliptros do cerro da Galinha. O safado encalçou me o…

  • Parêntese para lusófonos - 11 ...Amor do Tio Velhote ...

    - 25 Apr 2013 - 2 comments
    Chega te a mim, menina da praia, como quando eras moça, lembras te? O teu corpinho moído da ceifa chegava se perto do meu, tio ensina me, e sacavas da navalhinha para na madeira tosca aprenderes a esculpir as figurinhas do presépio. Aprendeste depressa, eras mais dada aos animais que ás gentes, entre os teus dedos tomavam vida burro atrás burro… para o menino é que não tinhas jeito nenhum, até nisso mostravas a tua falta de embeiço pelas criancinhas… Depois lá os pintava o me…

  • Parêntese para lusófonos - 12 ...Os pés da gente ...

    - 25 Apr 2013 - 3 comments
    Todos nascemos de pés descalços, mas uns ficam com a planta tenra e protegida, outros ganham calo, a diferença está no berço em que a sorte nos fez nascer. Meninos de pé descalço ganham sola natural, insensível às pedras do caminho, ao gelo do inverno, à queimadura do chão que o sol faz arder. Primeiros passos curtindo a pele tenra, os passos dos meninos pobres eram silenciosos, como pezinhos de lã… mas o cego conhecia nos todos, sempre sabia quem aí vinha, não pela forma de pisar o…

  • Parêntese para lusófonos - 13 ...As mãos da gente ...

    - 25 Apr 2013
    Mãos vividas
    Mãos de recém-nascido em reflexo preênsil apertam um dedo fino e manicurado ou de pele grossa num mesmo gesto, questão de sorte na atribuição da cuna. Mãos que se estenderão de palma para baixo destinadas a mandar, de palmas para cima destinadas a pedir, duas faces do mesmo órgão, duas faces do destino, no entanto sempre se chamarão mão. Mãos com linhas que definem vida e porvir, mãos instrumentos do carácter, tensas na agressividade ou no medo, firmes ferramentas no trabalho, envol…

  • Cistanche phelypaea

    - 24 Apr 2013 - 4 comments
    Cistanche phelypaea é uma planta parasita que se fixa na raiz da planta hospede, neste caso Arthrocnemum perenne. A parte subterrânea é um bolbo, a parte aéria é acastanhada porque não contém clorófila, as flores são amarelo vivo. Familia das Orobanchaceae Cistanche phelypaea est une plante parasite qui se fixe sur la racine d'une plante hôte, ici arthrocnemum perenne. La partie souterraine de la plante est en forme de bulbe, la tige et les feuilles sont brunâtres à cause de l'absenc…

  • Parenthèse pour francophones - 3

    - 06 Nov 2012 - 8 comments
    Carnets de voyage En traversant ma péninsule au volant j'ai le temps de penser à plein de choses, surtout aux voyages de ma jeunesse. En hiver, alors que le travail se faisait rare, nous partions en voiture avec des copains, prenions la route pour aller à Barcelone, l'ancienne Barcelone, celle des quartiers non rénovés, des ramblas non aseptisées, la Barcelone où toutes les aventures étaient possibles... Les ramblas où tu pouvais acheter des singes, des perroquets, des dépou…

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