I will win the €uromillion
"TO A GOD UNKNOWN"
The day may not be glorious but the crown is there
Venus with a mirror
Roots build the life
How many are we?
LOVING SMILE - 40
Time goes too fast
No one can be indifferent to the magnificence
The breath of Lisbon
Rain didn't come on time
"Thus Spoke Zarathustra"
There are too many roadkills in Portugal
In a rainy day like today
In Venice there is always something to be restored
Heaven belongs to everyone
Sometimes the water is taken by the cloud
Everything's amazing and nobody's happy
CREEPY DAY
Skin Change
The picnic was postponed
The pond has two lanes
THE EMPTINESS
The top of the stairs is the key to understanding
There are a few whales out there but many Jonah's…
LOVING SMILE - 39
San Bernardino de Siena
The sighs that are heard aren't caused by the cana…
The show must go on
The reciter ghost
I'm getting older but I don't mind
Tide flood
This bit of the Gran Canal is mine
At the Venice Cemetery all souls are one island
Ca'd'Oro
ATHENS
Heróis do mar, nobre povo, Nação valente, imortal
Dance of the Swans
Navegar é preciso. Viver não é preciso.
Rural Inconsistency
LOVING SMILE - 38
"Beachy Head"
Sun does not occupy any seat on the terrace
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this photo by Armando Taborda
Detached from an unknown limbo the first syllabes appear, trembling, insecure, groping in the dark as looking for a tenuous difficult dawn. A sudden word shines, and another, and another yet. As if they called some to the others, they begin to approach, docile; the rhythm is their bed; they merge there into a nuptial meeting, or hardly they touch among them in a brief confidencial exchange, when they do not repel each other clenched with hatred or aversion, to return into the darkest night. A song with no name yet starts to born, something begin to take body and shape, to breathe, to move, to assert its existence and of the poet as well, both to rise into a common transparency until being a clear and deep song --- the man's voice. Cause the poet goes with the poem to the most ephemeral existence; the words are the light and warmth they communicate among them, that in turn create the poet, imposing him the toughest law at last --- he must extingush himself for the poem fulguration, and he will *be no more* in order for the poem to *be*, and lasts, and its fire transmitted into the hearts of men.
///
Desprendidas de não sei que limbo, as primeiras sílabas surgem, trémulas, inseguras, tacteando no escuro, como procurando um ténue, difícil amanhecer. Uma palavra de súbito brilha, e outra, e outra ainda. Como se umas às outras se chamassem, começam a aproximar-se, dóceis; o ritmo é o seu leito; ali se fundem num encontro nupcial, ou mal se tocam na troca de uma breve confidência, quando não se repelem, crispadas de ódio ou aversão, para regressarem à noite mais opaca. Uma música, sem nome ainda, começa a subir, qualquer coisa principia a tomar corpo e figura, a respirar, a movimentar-se, a afirmar a sua existência e a do poeta com ela, a erguerem-se ambos a uma comum transparência, até serem canto claro e fundo --- a voz do homem. Porque o poeta vai nascendo com o poema para a mais efémera das existências; são as palavras, a luz e o calor que de umas às outras se comunicam, que o vão por sua vez criando a ele, acabando por lhe impor a mais dura das leis --- a de que se extinga para dar lugar à fulguração do poema, a de que *deixe de ser* para que o poema *seja*, e dure, e o seu fogo se comunique ao coração dos homens.
by Eugénio de ANDRADE (1923-2005), in "ROSTO PRECÁRIO", Editora Assírio & Alvim, 2015
(English translated by ArmandoTABORDA, 2015)
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Desprendidas de não sei que limbo, as primeiras sílabas surgem, trémulas, inseguras, tacteando no escuro, como procurando um ténue, difícil amanhecer. Uma palavra de súbito brilha, e outra, e outra ainda. Como se umas às outras se chamassem, começam a aproximar-se, dóceis; o ritmo é o seu leito; ali se fundem num encontro nupcial, ou mal se tocam na troca de uma breve confidência, quando não se repelem, crispadas de ódio ou aversão, para regressarem à noite mais opaca. Uma música, sem nome ainda, começa a subir, qualquer coisa principia a tomar corpo e figura, a respirar, a movimentar-se, a afirmar a sua existência e a do poeta com ela, a erguerem-se ambos a uma comum transparência, até serem canto claro e fundo --- a voz do homem. Porque o poeta vai nascendo com o poema para a mais efémera das existências; são as palavras, a luz e o calor que de umas às outras se comunicam, que o vão por sua vez criando a ele, acabando por lhe impor a mais dura das leis --- a de que se extinga para dar lugar à fulguração do poema, a de que *deixe de ser* para que o poema *seja*, e dure, e o seu fogo se comunique ao coração dos homens.
by Eugénio de ANDRADE (1923-2005), in "ROSTO PRECÁRIO", Editora Assírio & Alvim, 2015
(English translated by ArmandoTABORDA, 2015)
, .t.a.o.n., beverley, Ulrich John have particularly liked this photo
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the paper
the thoughts
the moment remembered
the sigh
the day
the night
the evening
the departure
the dream
Armando Taborda club has replied to beverleybeverley has replied to Armando Taborda clubonce used ... the dream is fulfilled ... till next time . . . ;-)
Ceci me rappelle des vers d'un autre poète, brésilien celui-ci, du même nom et contemporain : Carlos Drummond de Andrade :
"Assis au banquet des Muses, mon couvert
fut très frugal, inapaisée fut ma faim.
C'était une ration pour oiseau, cuiller
presque vide… Pourtant surgissait sans fin
une autre table, blanche, qui tout offrait
dans un sourire aimablement au palais.
Souper de solitude et de vent… Muet,
propriétaire de l'air, je dévorais.."
(©Gallimard -Traduction de Didier Lamaison-)
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