Agarro-me ao travesseiro.
Desesperada de saudade, impotente perante o impossível de sua presença.
Eu preciso tanto de você!
Sei que nesta noite eu estarei impedida de sonhar a gente.
Terei que inventar uma outra presença sua, uma nova história, sem que precise me dar conta de que tudo acabou.
Que piada de mau gosto você não mais existir para mim!
Construo carícias outras e alucino nossos corpos juntinhos.
Vou até rir das coisas engraçadas que não mais escuto de você.
Tenho mil planos para negar-me sem o nosso amor.
Quando amanhecer, terei o sol, o barulho do mundo que vive lá fora, e eu me distraio juntando os pedaços de tristeza que se transmutam em cotidiano.
Mas eu não vou me deixar ser derrotada pelas lágrimas que insistem nesta noite. Não hoje, pois você ainda vive aqui, no meu quarto escuro, e nossas mãos nem se separaram.
Faltam coisas pra dizer e eu não sei como afundá-las, empurrá-las goela abaixo. Então, você nem sabe que o "não dito" é o material que compõe a angústia?
Volto ao vazio que é o "sem você", e sei que nem vou morrer, mas eu preciso de um tempo muito maior do que essas horas da madrugada.
Sem outra saída, fecho meus olhos e vou dormir envolta na ternura que não vivemos.
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Beijos e obrigada.
Acho que a emoção (há sempre um quê de emotivo no que escrevemos, por mais profissionalismo que tenhamos) não impediu uma construção excelente, que resultou num texto incisivo, claro, "na mouche", sem se espraiar por quatro folhas A4. rsrs
Bom Domingo!
Bom domingo também.
Comendo mosca por aqui.
Só agora vejo seu comentário.
Desculpe-me.
Mas é certo o que você diz sobre objetos ligados a situações que nos fazem sofrer.
Instantaneamente passam a fazer parte do contexto.
Muito obrigada e beijos.
Bom vê-la por aqui.
Beijão.
Bisous mil
Bisous
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