Reading Kim MOORE is like being surprised by a glass of fresh water when one is thirsty. Her book "IF WE COULD SPEAK LIKE WOLVES" was chosen as a Book of the Year 2012 in The Independent but I don't care of prizes and nominations. What is important is the writing and the correspondent associated images coming out of her precious creative power, which grows up around the small things of daily life "and the vacuum cleaner flew down the stairs like a song" or "as the dark folds itself over the garden and the bats flick back and forth", as well as popping up from her hidden subjective intimacy and / or deep thought "I blamed you for opening the curtains so it could steal the blue from the sky" or "at night (the poet) talks to the sky but doesn't write it down".
Kim poetry is beautifully worked and depurated; her light voice overflies our minds against stagancy and ordinary values. What I see is a permanent smile at the corner of her lips kicking out our small and resigned lives, pushing up our imagination and teaching us to look at the surrounding poetry of everyday and circunstances. Her expressive modernity disdains traditional ways of lyricism and looks forward to a permanent originality and melody. His rhythm is vibrant and fascinating and I am happy to find and hear from her right now in the year 2014.

Therefore, Kim MOORE, if I could speak like a wolf I would say that I will keep an eye on your pack for its protection against watchdog's attacks of all herds.
Ler Kim MOORE é como ser surpreendido por um copo de água fresca quando se tem sede. O seu livro "SE PUDESSEMOS FALAR COMO LOBOS" foi a escolha para Livro do Ano 2012 do jornal The Independent, mas os prémios e as nomeações não me dizem nada. O que é importante é a escrita e as imagens associadas que brotam do seu precioso poder criador, que se desenvolve à volta das pequenas coisas da vida quotidiana "e o aspirador voou pelas escadas abaixo como uma canção" ou "e a escuridão enrola-se em si própria sobre o jardim e os morcegos voam rápidos para a frente e para trás", bem como da sua subjectiva intimidade escondida e / ou pensamento profundo "eu culpo-te por abrires as cortinas como se o azul do céu pudesse ser roubado" ou "à noite (o poeta) fala com o céu mas não o escreve".

A poesia de Kim é belissimamente trabalhada e depurada; sua voz ligeira sobrevoa os nossos espíritos contra a estagnação e os valores comuns. Vejo um permanente sorriso nos cantos dos seus lábios a pontapear as nossas pequenas e resignadas vidas, empurrando a nossa imaginação e ensinando-nos a encontrar a poesia de todos os dias e circunstâncias. A sua moderna expressividade desdenha dos tradicionais formatos líricos na procura de uma permanente originalidade e musicalidade, cujo ritmo é brilhante e fascinante, pelo que fico feliz em a ter descoberto e ouvido agora no ano de 2014.

Assim, Kim MOORE, se pudesse falar como um lobo diria que vigiarei a sua alcateia e a protegerei das investidas dos cães de guarda de todos os rebanhos.

by Armando TABORDA, 2014


(article 1st edition, 2014; 2nd edition, 2016)